(2020) ed. revista

Uma das perguntas mais frequentes em Seminários de Formação de Certificação em Jikiden Reiki é a questão da necessidade de permissão do cliente para oferecer tratamento. Este tema muitas vezes apresenta-se como um dos motivos pelos quais um Praticante de Reiki pode sentir-se limitado ao oferecer tratamento. Nos meus seminários, cito Tadao Sensei ao dizer que o pedido de permissão como pré-condição para tratamento é provavelmente uma "herança da cultura americana capitalista individualista". Assim, esta não é uma pré-condição para o tratamento com Reiki e, portanto, não é um motivo para não oferecer ou administrar tratamento.

Se uma pessoa precisar de tratamento, mas não se interessar muito pelas práticas de cura energética,  for céptico ou cínico, proponho duas abordagens alternativas. Por um lado, poderíamos apenas sentar e conversar com a pessoa, colocando cuidadosamente a nossa mão (ou mãos) em seu corpo (ou na parte lesada). Por outro lado, se essa primeira abordagem não for possível, poderíamos encontrar uma maneira de usar o Enkaku Reiki (técnica para tratamento à distância com Reiki). Em resumo, não ter permissão de uma pessoa para tratamento, como princípio, não é motivo para não administrar o tratamento.

Abordando agora o contexto específico da permissão ou consentimento para o Sei Heki Chiryo (abordagem mental com Reiki). Posso antecipar duas situações principais em que isto pode ocorrer: ausência de permissão devido à expressão explícita de rejeição do tratamento ou falta de permissão devido à incapacidade (mental ou física) de expressar consentimento ou permissão, por exemplo, doenças neurológicas, deficiências físicas que comprometam a expressão ou a fala, etc.. No primeiro caso, a de uma rejeição explícita, presumivelmente eu recomendaria o uso das técnicas de Sei Heki Chiryo e Enkaku Reiki combinadas. Ou seja, Enkaku Sei Heki Chiryo. Claro que precisaria de saber algumas informações específicas que são pré-requisitos para o Enkaku Reiki e, em seguida, aplicaria Sei Heki Chiryo a uma condição específica, estado mental ou processo que fosse incapacitante ou que estivesse a produzir sofrimento a essa pessoa. No segundo caso, o de incapacidade (mental ou física) de expressar consentimento, primeiro tentaria reunir as melhores informações, clínicas e diagnósticas, sobre a condição, estado mental ou doença incapacitante ou criadora de sofrimento para esta pessoa especificamente. Em seguida, usaria essas informações, resumia-as em uma palavra (ou expressão curta), preferencialmente na língua nativa da pessoa, e aplicava Enkaku Sei Heki Chiryo. Na abordagem a qualquer conteúdo mental da pessoa é necessário o exercício ético do Praticante. Quer dizer, hito ni shin se tsu ni. O último principio do Reiki pressupõe uma posição de construtividade ética. Não deve, em caso algum, um Praticante de Reiki aplicar qualquer tratamento, se não observar/avaliar que a sua intervenção será como consequência construtiva no sentido da saúde física e mental da pessoa que este se propõe tratar.

​

Em resumo, não ter permissão de uma pessoa para realizar o tratamento, como princípio, não é um motivo para não administrar o tratamento. A filosofia do Reiki originalmente aconselha os seus praticantes a serem criativos e respeitosos, mas também a oferecer Reiki sempre que possível.